Costumo brincar com as pessoas que frequentemente sinto que na verdade meu cargo ou profissão poderiam ser melhor definidos como se eu fosse um jesuíta, pois na verdade o trabalho com comunicação na web ainda é um trabalho evangelizador, em que você tem que tentar convencer seu interlocutor de que existe um mundo diferente daquele que ele está acostumado a crer, que existe uma nova verdade em que a salvação de sua alma estará garantida, desde que sua alma se converta para a religião única do deus salvador está nos servidores do mundo.
E o mais interessante nessa análise é constatar que o discurso foi mudando com o tempo. No início, os meios “tradicionais” eram definitivamente o caminho mais curto para o inferno. Com o tempo e experiência, eu mesmo comecei a enxergar que na verdade o sincretismo “religioso” poderia me dar uma visão mais ampla e real do mundo: não se vive apenas na internet. Internet é só uma plataforma. Assim, em mais tempo ou menos tempo, não fará mais sentido dividir os meios de acordo com as categorias que temos hoje – jornal, tv, revista, rádio etc – já que todos estes meios de um jeito ou de outro migrarão para a web. Logo, o que faz sentido (na minha visão atual) é buscar identificar o comportamento das pessoas no consumo de conteúdos e não necessariamente de meios.
O velho discurso de que o “jornal, revista, rádio ou tv vão morrer” não vale mais. O que provavelmente veremos em breve é o fim do calhamaço de papel que conhecemos por jornal chegar em casa todos os dias pela manhã. A redação, contudo, continuará lá. E isso é o que importa: a produção de conteúdo permanecerá existindo, obviamente também impactada pela emergência de novas tecnologias, hábitos e usos das pessas, mas ainda assim, será uma redação de jornal sem que exista necessariamente um fechamento da edição pra mandar pra rotativa diariamente.
Nesse sentido, a popularização das tecnologias mobile tendem a ser um dos mais eficientes mecanismos de conversão dos hábitos de consumo dos meios para um só: aquilo que você quer ver/ler/ouvir a hora que for, do dia da semana que for. Assim, mais um pradigma do planejamento de mídia “tradicional” também tende a se vaporizar com o tempo: o conceito de grade de programação, em que a audiência só tem acesso a um determinado tipo de conteúdo numa determinada hora de um determinado dia da semana.
All your base are belong to us!!! =^D
Por isso – e por muitas outras que devemos falar aqui neste blog -, meu irmão, busque a conversão rapidamente. Esqueça o compartilhamento de conteúdo por plataformas de distribuição. Tudo será guardado nas nuvens do firmamento, para acesso a qualquer hora e qualquer lugar. Amém.